domingo, 30 de maio de 2010

Final Feliz.

Essa é a história da Samy e do Bóris, quando ainda eram Vitor e Victória.

Numa linda tarde ensolarada, não podíamos ter recebido uma ligação mais especial que aquela.
Voltando um pouquinho no tempo, dia 29/07/09, numa manhã de fina garoa e muito frio, sai para o trabalho.
Um pouco antes do portão de entrada da empresa, percebi um rapaz que quase cai desviando de algo no chão, quando olhei para o chão vi aquelas criaturinhas indefesas, juntinhas, encolhidas e tremendo (acho que era de frio e medo), os cãezinhos estavam molhados.
Quem disse que eu conseguia trabalhar, a cena dos cãezinhos abandonados não sai da minha mente, me senti muito mal por não ter feito nada. Quando ia voltando para minha mesa lá estava Andréa, contei para ela à cena que vi e ela me disse: espere um pouco. Poucos minutos depois voltou e me disse estou de carro, vamos arrumar uma caixa e resgatá-los, sem dizer nada a ninguém saímos meio atrapalhadas, mas muito rapidamente.

As cenas seguintes me lembro como se fosse hoje: com uma caixa de papelão e no carro da Andréa, paramos enfrente ao portão da empresa, logo avistei os filhotinhos tentando entrar portão adentro. Andréa também saltou do carro, ela foi na direção daquela que hoje sabemos era uma fêmea e a chamou, sem nenhuma resistência, eu correndo de salto atrás do machinho, falava para as pessoas que vinham em direção contrária, segurem, segurem, temia que ele saísse da calçada, estávamos em uma avenida de grande fluxo de carros.
Até que uma moça o cercou, e, quando fui pegá-lo uma outra me disse, está com sarna, você vai pegar? Então respondi com outra pergunta: vou deixar morrer?

Andréa com raciocínio muito mais lógico, disse: se estão com sarna precisam de tratamento, então quando percebi ela já havia manobrado bruscamente o carro em direção a uma clinica do outro lado da avenida.
Quando parou em frente avistamos duas moças e perguntamos, vocês já estão atendendo? Prontamente como resposta abriram os portões e nos receberam. Enquanto a médica veterinária pegava medicamento, olhamos melhor para os filhotinhos e pudemos perceber que eles estavam sangrando, quanto sofrimento!
Conversamos com a Herika e Helma (duas irmãs médicas veterinárias) e entendemos delas que os dois precisavam ficar ali por algum tempo.
Nos dias que se seguiram acompanhamos a recuperação deles, eles foram melhorando. Andréa e eu procurávamos sites de adoção e colocávamos os anúncios.
Alguns interessados ligavam, passavam e-mails querendo mais informações, até que uma moça que se identificou, disse querer adotá-los, pura frustração, não vale a pena nem descrever o que aconteceu. Nos dias seguintes novos interessados ligavam perguntando mais nada de concreto. Uma moça se interessou pela fêmea novamente, ligou várias vezes pedindo que não doássemos. Combinamos de ir buscá-la até a casa dela e levá-la na clinica, no caminho Andréa falava, não sei algo esta me dizendo para não irmos. Estávamos praticamente na metade do caminho, quando o meu celular tocou, Andréa atendeu e a história que se segue é muito linda: Andréa perguntava mais tem certeza? Os dois? Seus pais concordam? Posso falar com eles, ela quase chorando, disse: vamos voltar, eles vão sair de Santo André para buscar os dois. Acertamos tudo e hoje, quase um ano depois, eles estão lindos e muito amados, sempre recebemos notícias deles.
 
Regina.

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